quarta-feira, 27 de novembro de 2019

LIVRO 1: INICIACIONES MARÍTIMAS


LIVRO 1: INICIACIONES MARÍTIMAS

PARTE PRIMEIRA:
EXPERIÊNCIAS ORIENTAIS
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1- O PAI

Orfeo, contando a Donón:
-Aquela manhã minha mãe, Kalíope "a da bela voz", Sacerdotisa-Musa de Apolo e esposa do rei Eagro de Tracia, tinha-me saudado com um beijo tão terno que me pareceu que talvez ainda estava vendo em mim a mesma cara alegre, sonhadora e um tanto ingênua que eu tinha de menino, ainda que acabava de cumprir vinte e três anos e não deveria demorar em tomar esposa. Ademais, já tocava a lira e a flauta melhor que ela e quase declamaba, improvisava e cantava tão bem como ela... Lástima que também minha querida professora começava a pensar que essas atividades me tinham feito descuidar minha formação em outras, bem mais sérias, nas que um príncipe que ia pára futuro rei de Tracia, teria que estar melhor preparado.- -Anda Orfeo passa, teu pai está-te esperando, tem muita paciência com ele, faz favor.- ???????????????????????.

-Tenho aqui dois relatórios -disse o rei Eagro, olhando-o muito seriamente com seus olhos de águia luchadora-. Um diz que faz num mês que não assistes a tuas práticas de gobernación. Outro, de teu comandante, que faz em outro mês que pediste a baixa em tua falange, por causa de uma queda, e que ainda não te tens reincorporado, apesar de que sabe que já andavas perfeitamente por aí aos quinze dias. Que tens para dizer?- -Pois que é verdade, Majestade, que tenho estado preparando um projeto que me interessava mais durante estas últimas três ou quatro semanas. -respondeu Orfeo.- -E daí projeto pode-te interessar mais que tua preparação como príncipe herdeiro?? disse o monarca severamente- Não será outro grande recital poético cantado, em companhia de teus amigos e de um coro de danzarinas?- -Não pai, nada que ver com poesia: peço tua permissão para enrolarme numa expedição guerreira.- O rei Eagro surpreendeu-se gratamente e até sentiu verdadeiro orgulho de seu filho ¡¡Deuses, ao final tudo chega!! Queria isso dizer que a etapa poética, junto com as inquietudes iniciais, de clara influência materna, iam ficar por fim atrás e que agora Orfeo se interessava pelas façanhas guerreiras, como correspondia a sua idade...? Isso seria realmente um grande progresso. -E daí expedição é essa? -perguntou, pondo a amável cara de ?filhos, vosso pai quer-vos?. -Jasón de Yolkos, que foi instruído, como eu, pelo centauro Quirón no monte Pelión ?explicou Orfeo-, está preparando um periplo à Cólquide numa galera de guerra que construiu e mandou heraldos convidando a que se lhe unam os melhores príncipes e campeões... E não há nenhum nobre tracio entre eles. Assim que eu me estive informando para ver se poderia participar.- -À Cólquide...? ¡Mas se isso está longe demais, ao outro lado do Mar Negro!-assombrou-se outra vez seu pai- ?E daí se pretenderia com uma expedição como essa?- -Reclamar-lhe o Vellocino de Ouro ao rei desse país e regressar com ele para o devolver ao santuário de Zeus Lafistio de onde saiu.- -E para que?´- -Essa é a condição que seu tio Pelias lhe pôs a Jasón para lhe ceder seu direito ao trono de Ptía.- -O Vellocino de Ouro? -espantou-se mais ainda o rei Eagro- ¡Se isso não é mais que um antigo símbolo dos povos pastores! ¡Uma pele velha de um carnero que estranhamente lhes nasceu rubio aos primeiros arios do Ásia Longínqua! Na cada guerra perdem-se e ganham-se cem emblemas como esse... Pára que o quer agora Pelias, esse aqueo usurpador? ...Não pode ser para coisa boa, vindo dele.- -É que Pelias encontrou por acaso a Jasón quando ainda seu sobrinho não lhe conhecia e lhe contou que essa pele é uma reliquia sagrada e uma qüestão de honra para a família real de Ptía. Segundo a lenda, o Carnero de Ouro foi enviado por Hermes para que salvasse a Hele e a Frixo, primos de Jasón, que iam ser sacrificados injustamente, e lhos levou até a Cólquide voando sobre seu lombo, ainda que Hele se caiu ao mar e se afogou pelo caminho.- -Bobadas ?disse o rei, tajante- nenhuma pele de carnero voa. Dei, mais bem que esses dois irmãos fugiram do sacrifício num barco, se levando com eles aquela reliquia, para fingir um milagre ante os simples.- -?Frixo teve melhor sorte- continuou o príncipe sem amedrantarse, porque conhecia a seu pai-: casaram-no com uma filha do rei da Cólquide, Eetes e viveu ainda bastantees anos, mas, após morrer, os colquídeos penduraram seu cadáver numa árvore envolvida numa pele de boi, para que lho comessem os buitres, como é seu costume. E o Vellocino de Ouro, a pele do carnero salvador de um membro da família real, converteu-se para eles num símbolo nacional. Pelias disse a Jasón que o espírito de Frixo não podia descansar em paz, nem sequer entrar no Hades, o Reino dos Mortos, e que se lhe apareceu em sonhos, lhe rogando que fizesse que seus ossos fossem enterrados dignamente, segundo os rituales de Grécia, e que restituísse a pele do carnero ao lugar sagrado de onde procedia.- -... Mais tarde Pelias ?seguiu contando Orfeo- perguntou-lhe a Jasón que faria ele, sendo rei de Ptía, ?se se inteirasse que alguém queria seu trono?, e a Jasón se lhe ocorreu responder que ele mandaria a esse pretendiente à Cólquide a enterrar a Frixo e a trazer o Vellocino de Ouro de volta, para demonstrar com essa façanha que se merecia reinar... De maneira que, quando o mesmo Jasón foi por fim a Yolkos a reclamar o trono de seu pai, descobrindo, com absoluta surpresa, que o homem com o que tinha conversado era o mesmo usurpador, Pelias voltou essas mesmas palavras contra seu sobrinho, quem ficou comprometido por elas... No entanto, dizem que o que em realidade suspeita ele, é que essa pele é um símbolo ou talismán mágico de grande poder, e que por isso aceitou o desafio de seu tio.- -Está claro que teu amigo Jasón se deixou enredar por esse zorro e estou seguro de que o repto de seu tio é só uma armadilha mortal ou um laberinto para que se perca ele e quem se embarquem com ele... ?insistiu o rei franzindo o cenho- ...E daí crê Jasón que significa esse suposto símbolo mágico?- -Pois uma luz, um conhecimento que os pioneiros desta nova era nossa devem ir buscar ao Oriente, ao país do Nascimento do Sol, onde descansam de noite os cavalos e a Carroça Solar de Febo Apolo? ao Cáucaso, essa cordillera de onde vieram nossa estirpe e a dos gregos... e talvez esse conhecimento se derive da experiência da própria aventura de ir a por o Vellocino.- -Bah, bah, bah, todo isso me soa a puro esoterismo juvenil, a poesia, ou pior, a propaganda, a engano, Orfeo, a um jogo de fascinio de Jasón, ou de quem lhe guie, para captar para seu insensata empresa jovens aspirantes a heróis que ainda tenham mentalidade de adolescente... Esse tipo de aventuras são mais próprias de um soldado de fortuna que de um príncipe real ...Me explicarás que é o que tu, pessoalmente, irias ganhar, se te marchasses à Cólquide? Que esperas conseguir para teu próprio proveito?- -Eu só busco crescer, pai, me desenvolver, sair do conhecido; descobrir coisas novas junto a gente de minha idade a quem aprecio, andar mundo, abrir-me à vida e viver sua aventura, as que ela tenha para mim. Desejo conseguir... experiência, conhecimento... e saber quem sou e do que sou capaz.- -Num dia reinarás, e saberás quem és e do que és capaz, meu filho.-disse o rei, quase com ternura-. Experiência vais começá-la a conseguir neste mesmo palácio, com os cargos públicos aos que penso te destinar no próximo ano... ainda que o conhecimento terás que o receber dantes de teus professores, continuando com tuas classes práticas de gobernación e de administração, assistindo às assembléias, me consultando a mim... E todo isso, sem descuidar tua formação militar, que te servirá para atingir glória e te manter no poder, quando chegue a ocasião. É fundamental que um futuro rei seja conhecido e querido por seus guerreiros como parceiro de armas.- -¡Pai, durmo-me nas classes de gobernación! ¡E mais me respeitarão os guerreiros tracios se consigo voltar com o Vellocino de Ouro, que se sigo mais dois anos fazendo a instrução com eles nos acampamentos!- -¡Tu és um inconstante e um iluso, Orfeo! ?gritou o rei Eagro perdendo a paciência- ¡Isso de que te vais conquistar o Vellocino de Ouro à Cólquide é como se me dizes que vais conquistar a Lua ou a baixar aos Infernos! ¡Mais bobadas!... O único que pretendeu o velho zorro de Pelias com essa condição foi convencer a Jasón para se marchar ao fim do mundo e que não volte mais. Lhe seria menos trabajoso a teu amigo fazer um pouco de diplomacia entre os reis vizinhos e seguro que encontraria aliados com algum interesse por lhe ajudar a lutar pela legitimidade de seu direito ao trono.- -Mas é que se trata de uma expedição muito interessante, pai, recordamos muito pouco sobre que é o que há no lado oriental do Mar Negro, não temos relações com os reis ou chefes desses povos, só os troyanos as têm. Deveríamos contatar as rotas do comércio oriental que possam chegar até ali. E nós, os tracios, com mais razão que os gregos peninsulares, já que nossas fronteiras se assomam a esse mar e temos direito ao navegar? Ademais há aquela história de que o Sur do Cáucaso foi o berço de nossos antepassados e dos dos troyanos, enquanto a nossos primos gregos foi em seu lado Norte. Num dia pode converter-se em nossa zona principal de influência.- -Esse passado legendario do Cáucaso está bem longe no passado, filho, e não há nada que nos interesse, hoje por hoje, nesse país remoto e embrujado de bárbaros cimerios e escitas nómadas, de amazonas sanguinarias, de tribos selvagens completamente intratables... E os colquídeos não são muito melhores, Orfeo, apesar de que seu rei é um grego e não um bárbaro. Os viajantes contam que Eetes permitia a sua esposa tauria oferecer sacrifícios humanos a Hécate, a antiga Deusa da Morte... até assegura-se que as filhas do rei são feiticeiras, magas negras. Estão demasiado atrasados, faz-me caso. Como o estávamos nós dantes de nos abrir à influência da civilização pelasga do Mar Egeo.- -...Ademais, nosso futuro não está para nada no Norte nem no Oriente, esses espaços frios, nubosos e encerrados entre cordilleras, dos que procedemos -prosseguiu o rei-, senão no rico e luminoso Sur, que é a plataforma naval de expansão, através do Mediterráneo, para o mundo tudo: Lidia, Caria, Licia, as ilhas que têm enfrente; olha o bem que lhes vai aos fenicios... e para isso nos convém mais a aliança com Troya, inclusive uma reunificación, já que no passado eles e os tracios chegamos juntos ao Egeo desde a Anatolia, que com esses gregos falsarios e ambiciosos, de quem mais vale precaverse... fixa-te como esses rústicos saídos das montanhas se apoderaram do império marítimo das sacerdotisas de Creta.- -De rústicos nada, desculpa, pai: os jonios, ao menos, são bons marinhos. E em quanto ao resto dos gregos em general, se continuam demonstrando tanto sentido da oportunidade, ousadia e força como até agora, eu acho que é melhor se fazer seu amigo, inclusive um com eles, que andar tratando de precaverse do inevitável... E Jasón informou-se bem, to asseguro, o Vellocino existe, os colquídeos o guardam num bosque sagrado, custodiado por touros selvagens e até por um dragão. Trazê-lo é uma qüestão de prestígio, um repto... unir-se a eles nesta aventura, servirá para que comecem a considerar a Tracia, não como um território bárbaro do norte apropriado para colonizar, senão como uma digna parte da Grande Grécia.- -¡Um dragão! -o rei tocou-se a cabeça- ¡Os dragões não existem mais que nas lendas, Orfeo!... Jasón vai totalmente enganado por trás de um mito, filho, nada tangible, nada que interesse Que prestígio nos vai dar a conquista de uma pele de carnero velha?... Educamos-vos contando-vos mitos, porque os mitos são metáforas que servem para que depois compreendais o sistema com que regemos o mundo por analogia, suas hierarquias, suas leis e seus valores... E é normal que um camponês ignorante tome suas decisões e guie sua vida confiando nos mitos que aprendeu, já que não tem melhor instrução ?prosseguiu Eagro dando uma volta completa ao redor da sala-, mas para um homem culto, mais, para um como tu, que nasceu na cúpula do sistema mesmo, os mitos são só referências, contos, e um filho da hierarquia real se guia pela razão, por aquilo que planeja previamente após se documentar e se aconselhar e pelo que analisa que mais convém fazer na cada momento para cumprir seu plano de vida, para se realizar na cada momento. Tomar mitos por realidades e marchar depois deles cegamente é inmadurez, infantilidad... a tua idade e com todo o que te formamos, perdoa que to diga, loucura.- -Pai -insistiu Orfeo-, vários dos antigos colegas que tive na Escola de Quirón vão, além de Jasón e outros grandes campeões: Cástor e Pólux de Esparta, os minias Idas e Linceo, o grande Anceo de Tegeda, Ascáfalo de Orcómeno, Eufemo de Tenaro, o sábio heraldo Equión; o príncipe Brigo de Egina; o príncipe de Calidón, Meleagro; o arqueiro Falero, da casa real de Atenas... e até jovens reis: Augías de Élide, Admeto de Feras... São loucos? Ilusos? ¡São melhore-los filhos dos gregos!... ¡Eu quero ir também, pai! Tracia não se vai ficar sem mandar a alguém de bom berço a esta gesta, ainda que só seja para se assegurar uma informação, prestígio, relações que nos facilitem uma maior presença na abertura de novas vias de comércio com Ásia... Conta-se que nessa zona há muitos cereais e lana, e ademais ouro, cobre, gemas preciosas... -Sei-o, sei-o, já o sei de sobra ?cortou o rei-. Achas que não mandei faz muito a meus conselheiros que elaborassem um relatório objetivo sobre o tema? Segundo eles, não nos resulta rentable ainda o comércio direto com essas terras tão longínquas, nem política, nem econômica, nem estrategicamente. Por agora, nos basta com preservar o passo livre pelos estreitos... e isso já nos está custando muito ouro e diplomacia e -acrescentou, em tom conciliador-, talvez em algum dia, lhe interessará a Cólquide, junto com toda a orla sul do Mar Negro, incluída a Armenia, aos conselheiros de teu neto... Se dantes conseguíssemos formalizar uma cordial aliança com o rei dos troyanos, que está no médio. Posso pedir-lhe a uma de suas filhas para casar-se contigo...- -Pai, faz favor ?disse Orfeo alçando a voz- ¡Por aí sim que não passo! ¡Eu já estou comprometido e bem comprometido com Eurídice, a mulher que amo!... e em quanto à Cólquide, permite-me dizer-te que o que lhes parece longínquo h -Lo sé, lo sé, ya lo sé de sobra –cortó el rey-. ¿Crees que no mandé hace mucho a mis consejeros que elaboraran un informe objetivo sobre el tema? Según ellos, no nos resulta rentable todavía el comercio directo con esas tierras tan lejanas, ni política, ni económica, ni estratégicamente. Por ahora, nos basta con preservar el paso libre por los estrechos... y eso ya nos está costando mucho oro y diplomacia y -añadió, en tono conciliador-, tal vez algún día, le interesará la Cólquide, junto con toda la orilla sur del Mar Negro, incluida la Armenia, a los consejeros de tu nieto... Si antes lográsemos formalizar una cordial alianza con el rey de los troyanos, que está en el medio. Puedo pedirle a una de sus hijas para casarse contigo...
     -Padre, por favor –dijo Orfeo alzando la voz- ¡Por ahí sí que no paso! ¡Yo ya estoy comprometido y bien comprometido con Eurídice, la mujer que amo!... y en cuanto a la Cólquide, permíteme decirte que lo que les parece lejano hoy a tus asesores, nos parecerá cercano en cuanto los griegos comiencen a colonizarlo. Y eso vendrá tras esta expedición, seguro; son rápidos en ampliar sus posibles mercados. El mundo se le queda pequeño a las nuevas galeras de vela con treinta remeros o más. Te impresionaría la que ha sido capaz de construir Argo para Jasón.
     -No les va a ser así de fácil, con Laomedonte de Troya controlando los estrechos y todo el comercio asiático. Y además, por muy rápida que sea esa nave, podrías demorar años en volver. O no volver... ¡Y ya hemos hablado antes de tus egoístas compromisos sentimentales! Un príncipe puede hacer lo que le plazca en privado, para eso es un príncipe. Puede tener todas las amantes que quiera, siempre siendo discreto. Pero a la hora de casarse, ha que pensar sólo en lo que es conveniente para su país. ¡No me hables más de matrimonio con Eurídice! Un matrimonio tuyo es una oportunidad de alianza con otro estado para Tracia, no una cuestión de amor –remató el rey con toda autoridad, a modo de conclusión.
     -Me casaré con Eurídice cuando vuelva del Cáucaso y tendremos hijos que serán hijos del amor –dijo sencillamente Orfeo. El rey Eagro, viendo la cara de inaccesible empecinamiento de su hijo, y con el tono de quien tiene que tomar una dura decisión que ya durante mucho tiempo ha sido pensada, contestó bruscamente:
     -Si te empeñas en anteponer los egoístas intereses de tu personalidad a tus deberes de príncipe real y te enrolas en esa loca expedición en lugar de atenderlos, no creas que vamos a esperar por ti, Orfeo. Ésta es una monarquía seria. O haces lo que debes, o nombraré a tu siguiente hermano príncipe heredero y lo prepararé para las tareas de gobierno, que es en lo que tú deberías estar ocupado ahora, y no en tantas músicas y en tantos sueños.
     -Harás muy bien en nombrarlo. Se parece a ti mucho más que yo, padre; seguro que dará un serio y eficiente rey.
     -Hijo... ¿Te das cuenta de lo que estás diciendo? ¿Quieres echar tu futuro por la borda?
     -Me doy cuenta, sí padre, pero eso de lo que hablas no es mi futuro, sino “tu plan de futuro”. Y tienes más hijos para realizarlo, afortunadamente. No sólo a mí, el loco... Mi futuro tengo que elegirlo yo mismo. Y estoy eligiéndolo ahora.
     -¿Y qué es lo que eliges? –dijo Eagro, con tono de desafío.
     -Elijo vivir de otra manera. Renuncio en mi hermano a mis derechos a la corona – dijo con suave firmeza mirándole a los ojos. Orfeo nunca se había sentido más lúcido ni más tranquilo.
     -¿No le disputarás luego a tu hermano su derecho al trono? –preguntó incisivamente el rey. Estaba claro que le complacía la renuncia, pero quería asegurarse y quedar bien.
     -Te juro que apoyaré cualquier plan de futuro para el país que diseñéis tú y él, padre; sé que será lo mejor para Tracia. Nunca le disputaré el trono a mi hermano, te lo juro. Yo no sería un buen rey, soy muy poco estable, demasiado móvil. Apuesto a que él sí lo será –dijo con naturalidad.
     -Te advierto que tu hermano va a seguir la misma política que yo: en lo exterior sostendrá la alianza con Troya y no con los griegos y en lo interior seguirá favoreciendo el culto del dios Dionisio, que fue quien le hizo ganar el trono de Tracia a tu abuelo Cárope, mi padre, frente a su rival, Licurgo, un devoto de Apolo. Debemos ser agradecidos.
     -Padre, respeto muchísimo a Dionisio y tengo claro que apoyar su culto hace que el pueblo te apoye, pero no olvides que mi madre es una sacerdotisa de Apolo.
     - Pues a pesar de que yo mismo te he iniciado en los misterios de Dionisio desde niño, tú pareces mostrar mucho más interés por el orgulloso dios de la Luz de los griegos.
      -Yo tenía que conciliar a esos dos dioses, paterno y materno, en mi cabeza y en mi corazón: por eso me fui a Egipto... Esperaba encontrar allí el origen común de ambos.
     -Creo que has vuelto mucho más griego que egipcio, Orfeo.
     -Sólo por fuera padre... siento, realmente, que si algún día tendremos una civilización mundial, se la deberemos a los griegos, que tienen el genio de encontrar el punto de síntesis razonable y actual entre todas las culturas que les rodean; eso es el espíritu de Hermes y por eso me interesan... pero Egipto sigue siendo Toth, la fuente original de todo conocimiento importante.
     -Bien, bien, basta de preferencias religiosas o simpatías culturales, Orfeo. Lo único que yo quiero oír de tí es la promesa de que, aunque admires a los griegos y a Apolo, no obstaculizarás mi política ni la de tu hermano a favor de Troya y de Dionisio.
     -Podréis contar con eso, padre. Te doy mi palabra de que seré todo lo neutral y fiel posible, nunca estaré en oposición a las alianzas de la corona... Y, por favor, contad también conmigo para tender puentes de comprensión entre Apolo y Dionisio.
     -Siendo así... –suspiró el soberano- elige el futuro que tú mismo desees, Orfeo, y que todos los dioses te bendigan. Pero recuerda bien que, para no ofender a nuestros aliados asiáticos, no irás como representante oficial y príncipe de Tracia en esa expedición, sino a título particular... a menos que volváis triunfantes –Eagro puso la cara que solía para decir “así es la política”.


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Yo tenía bien claras, ahora, las verdaderas razones de las resistencias de mi progenitor: su política para el futuro de Tracia se encontraba en un delicado equilibrio entre los agresivos y expansionistas griegos del sur, a los que no convenía tener como enemigos, frente a sus intereses en el este, que pasaban por mantenerse en buenas relaciones con la vecina Troya, celosa guardiana del Mar Negro y de Asia Menor. Establecidas sus puntualizaciones de hombre de estado, regresó a la amable cara de “hijos, vuestro padre os quiere”:
     -Perdona si me calenté antes, que no era para menos –me dijo para despedirse-... Pero mucho ojo, ándate con cuidado, mi hijo, naturalmente puedes pedirle a mi administrador cuanto necesites para equiparte y vuelve siempre a ésta, tu casa, sea cual sea el resultado de tu aventura.-“


2- EL FUEGO:

Hubo un tiempo en que el matriarcado imperaba, no sólo sobre las tribus tracias de la nación de Orfeo, sino sobre las tribus de la inmensa mayoría de las naciones. Pero todo cambió completamente el día en que un ama de casa, por casualidad, inventó la metalurgia, al dejar que se mezclaran ciertos minerales en el fuego del hogar. Tras el descubrimiento de la fundición del cobre, que sirvió para crear bonitos adornos y cacharros de cocina, vino la de una serie de aleaciones combinadas que produjeron el bronce, lo que permitió a las mujeres construir más resistentes instrumentos de labranza y, enseguida, hizo posible que los cazadores y guerreros de algunas tribus forjasen armas duras antes que los de otras. Esa tecnología dio a los primeros en usarla tal capacidad de imponerse que de ahí surgió la guerra en su moderno concepto y con ella, el pillaje, la esclavitud y las diferencias de clase, en base a la ingente riqueza y poder que fueron conquistados de repente. Cuando, por la fuerza avasalladora de las nuevas armas, los hombres, que tras exterminar a casi todos los varones de otras tribus, le arrebataban al enemigo de una vez sus campos de cultivo, sus ganados, sus embarcaciones, sus mujeres y sus hijos, toda aquella acumulación de bienes conquistados produjo tal excedente económico en manos de los principales jefes guerreros, que se desequilibró completamente el viejo sistema social, provocando el surgimiento del patriarcado. La enorme acumulación repentina de mujeres y de niños enemigos capturados, que ahora eran esclavos sujetos a la propiedad de los guerreros más fuertes y mejor armados, produjo una descompensación de poderes y una inversión de valores tan grande, que llevó a la pérdida de respeto y a la degradación de toda la sociedad matriarcal y de su comunismo y promiscuidad primitivos... ...Incluidas las mujeres y las hijas de los vencedores, que perdieron su influencia y su mando al no poder competir con el gran número de sumisos objetos de placer, mano de obra gratuita a su servicio y propiedades materiales de los que pudieron disponer a su antojo, a partir de ese momento, los varones dominantes. Desde entonces, cambiaron los usos y costumbres: surgió el nuevo derecho de propiedad patrilineal, sustentado por la violencia, que permitió que los hombres más fuertes pudiesen poseer y transmitir a sus herederos varones las tierras y esclavos conquistados, se inventó el matrimonio como fórmula de propiedad sobre las propias esclavas, hechas ahora concubinas, y sobre los hijos que ellas tenían con su amo, así como para legitimar la propiedad exclusiva de las tierras y los bienes de las vencidas. Para no tener que alimentar ni hacer herederos de su poder y posesiones a hijos de otros, los amos comenzaron a ejercer un control cada vez mayor sobre la fidelidad exclusiva de sus mujeres, hasta acabar encerrándolas en el gineceo, cuando se volvían sedentarios. Ya que ahora disponían de esclavos y esclavas que eran obligados a realizar las duras tareas exteriores que antiguamente concernían a sus esposas, éstas se fueron haciendo, en las clases más poderosas, simples objetos suntuarios de exclusivo placer, en tanto que fuesen deseables o útiles. La represión de la promiscuidad sexual de las propias esposas e hijas se iba convirtiendo, poco a poco, en el mayor garante social de la sumisión del antiguo matriarcado, por lo que asegurar la fidelidad conyugal y la castidad de las jóvenes cuya virginidad podía conseguir convenientes alianzas matrimoniales para la familia, se volvió una cuestión de honor para los varones. Cada comunidad desarrolló sus propios sistemas para denigrar, marginar o castigar al hombre que no vigilaba adecuadamente a las féminas bajo su mando. Como normalmente el marido era el último en enterarse de las libertades que se tomaban sus esposas o sus hijas, el primer aviso y llamada al rigor que le daban los otros varones de la comunidad era salir por la noche a escondidas para hacer sonar jocosamente cuernos de buey, toro castrado, ante su casa. El cornudo, ya enterado y por todos conocido, tenía que dar un escarmiento a las mujeres de la comunidad entera, matando a la suya, o exiliarse, ya que si no lo hacía, se le rebajaba socialmente hasta niveles insufribles. Los jefes guerreros aprendieron que serían más poderosos cuantos más hombres matasen y de más nuevas esposas, esclavos y tierras de cultivo se apoderasen. A medida que su poder aumentaba, se desplazaban hacia el sur, tratando de conquistar las tierras más fértiles y soleadas. Su paso lo dejaba todo envuelto en desolación, ya que no estaban interesados en construir nada, sino sólo en aprovecharse de lo construido por otros, en tanto que durara. Con todo ésto surgió el concepto de la escasez de lo necesario para la vida, concepto antes desconocido, y de la necesidad de competir por lo poco que había. La naturaleza seguía siendo igual de abundante para todos, pero el hecho de que los más fuertes acaparasen mucho más de lo que necesitaban y se arrogasen el poder de distribuir lo que había, provocó que los más débiles tuviesen que someterse a ellos para poder seguir disponiendo de lo que antes era gratuito. La economía individualista y feudal sustituyó a la comunitaria, lo importante no era ser capaz de producir bienes, sino ser capaz de apoderarse de ellos y de defenderlos de los otros.

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Como consecuencia de todo lo contado, entró en decadencia la división de la tribu en clanes fraternales e igualitarios. Se acabó la distribución generosa y equitativa de bienes y servicios, hoy por ti, mañana por mí, que fueron acaparados por quien podía pagarlos. Surgió la primera aristocracia feudal, que se afianzó cuando gentes muy guerreras, patriarcalistas y solares de la Quinta Subraza Aria, provenientes del norte del Cáucaso, fueron contornando el Mar Negro con sus ganados hacia Europa. Después de asomarse al civilizado Tálaso, o Mar Mediterráneo, aquellos rudos descendientes de Heleno destruyeron el último imperio matriarcal altamente evolucionado. Se trataba del imperio marítimo de los pelasgos de Creta, la Talasocracia Minoica, cuyos súbditos eran, casualmente, primos de los helenos invasores, ya que descendían de arios lunares de la Cuarta Subraza provenientes del sur del Cáucaso, que se habían mezclado cordialmente con los supervivientes de la Gran Inundación, cuando llegaron a las orillas del Mediterráneo. Hasta entonces resultaba impensable que nadie pudiese siquiera atacar a las ciudades cretenses, que ni murallas tenían, porque su mejor muralla era su incomparable flota de guerra, que dominaba el comercio del Tálaso, desde Egipto y Siria hasta el ignoto Océano. Pero aquellos helenos jonios y eolios, bárbaros rubios y de ojos azules, pastores de carneros sin la menor experiencia náutica, bajando poco a poco desde los montañosos Balcanes de Iliria y el Epiro, comenzaron a infiltrarse como inmigrantes pacíficos o mercenarios en las colonias cretenses de la península pelásgica, emparejándose con las matriarcas dominantes los más fuertes de sus jefes, ya por las buenas o por las malas. La gran oportunidad de aquellos intrusos llegó cuando, un día, un desastre natural de enormes proporciones, la explosión volcánica de la isla de Tera, barrió con una onda gigante gran parte del Mediterráneo Oriental y dejó machacado y sin flota al Imperio Minoico. Enseguida, los helenos se las arreglaron para reunir los barcos y marineros de los pelasgos aliados o sometidos, embarcar en ellos sus guerreros jonios y eolios y navegar hasta la propia Creta. Así, asaltaron su augusta capital, Knossos y sus otras diez ciudades, todas ellas muy debilitadas por el maremoto, saqueando sus legendarias riquezas y acabando para siempre con el predominio de una cultura matriarcal sofisticadísima, que había imperado durante más de tres mil años sobre el mundo pelasgo del Gran Verde oriental y occidental, incluidas sus rutas de salida al Océano. Teseo de Atenas había derrotado al Minotauro. No obstante, la civilización de los vencidos era tan superior, que los conquistadores fueron conquistados por ella. Una generación después, hasta parecía que el culto de La Diosa Triple comenzaba a renacer, tras sabias y flexibles adaptaciones que visaban fundir con su alta cultura de siempre las costumbres patriarcales de los invasores. La asamblea de las Grandes Sacerdotisas cretenses (la casta que se había ido transmitiendo el poder, de madres a hijas, durante milenios) comenzó con una astuta maniobra integradora de los dioses de los jonios y eolios, reconociéndolos como “Hijos de la Diosa” (Grai-Koi), al tiempo que aceptaban casarse con sus jefes y compartir con ellos la dirección de sus súbditos en todo el Egeo. A partir de ese momento, los helenos pasaron a ser llamados griegos. El hijo mortal favorito de la Antigua Gran Diosa, Dionisio, que en la religión de las sacerdotisas se hacía inmortal en la dimensión espiritual, tras ser sacrificado su cuerpo al final de un año como consorte real, adoptando el nombre divino de Zagreu, pasó a llamarse Dzeus, y luego Zeus, una adaptación pelasga del nombre del dios principal de los ocupantes, al que ellos llamaban antes Dio o Dious. Hasta le cambiaron su lugar de nacimiento (que probablemente debía ser alguna bruta montaña del Cáucaso Norte) para ennoblecerlo, haciéndolo hijo de la refinada isla de Creta, la antigua capital del matriarcado pelasgo. Sin embargo, Dio-Zeus, representado por el Jefe de Guerra heleno, no se dejó sacrificar a la Matriarca Suprema, que representaba a la Diosa, al finalizar el año de su jefatura, tal como Dionisio hacía antiguamente, para divinizarse en Zagreu. Fue alargando el plazo a un número mayor de años. Finalmente, asentado su poder, Dio-Zeus hizo saber muy bien a todos (y, especialmente, a todas), por boca de sus sacerdotes olímpicos, que le desagradaban mucho los sacrificios humanos, que se había terminado definitivamente la época de las Amazonas y que fulminaría con sus rayos a quienes practicaran aquellos cultos ultrapasados. Una nueva era había comenzado. Los esposos griegos de las sacerdotisas de casi todo el mundo pelasgo no les permitieron más que siguiesen sacrificando a sus hijos varones ni que les limitasen a ellos su tiempo de mandato como jefes de guerra, con lo cual comenzó a crecer una nueva clase dirigente hereditaria que ya no era exclusivamente femenina.

Pero, en esto, se descolgó otra vez, desde el norte de los Balcanes, otro alud de helenos, llamados los Aqueos, que eran mucho más severos e intransigentes en su patriarcalismo que los anteriores invasores, trayendo una nueva arma, el hierro, capaz de quebrar las espadas de bronce de un solo golpe bien dado... Y barrieron toda oposición: les quitaron sus reinos a los jonios y eolios, sus primos griegos integrados, empezando por Ptía y por Éfyra, trasladaron la corte de sus dioses patriarcales desde el Cáucaso al Monte Olimpo, en la Tesalia, abordaron y saquearon Creta de nuevo y comenzaron a barrer la Antigua Religión y cuanto quedaba de matriarcado insumiso. Sin embargo, como no pudieron evitar que los vencidos, y especialmente sus propias esposas, continuaran adorando a la Antigua Diosa Triple Pelasga, la convirtieron en una trinidad de diosas ya adecuadamente Olímpicas: El aspecto “doncella”, luna creciente, cazadora y guerrera, de la Gran Diosa, pasó a venerarse como la doncella virginal Artemis, la Luna, hermana de Apolo, el Sol. El aspecto “mujer núbil, madre o ninfa”, luna llena, La Señora, La Madre, tomó el nombre de Hera, que pasaba a representar el papel de diosa del matrimonio. El principal arquetipo de la Antigua Diosa pre-helénica, ahora despojado de su independencia, era convertido en la esposa legal (aunque mil veces engañada), del dios de los vencedores, Zeus, que primero la cortejó sin éxito y después la consiguió, tras violarla. ...Y el aspecto “anciana sabia” de la Diosa Triple pelasga, luna menguante, pasó a sincretizarse con Démeter, una antigua diosa libia-cretense de los cereales que llegó, junto con sus Misterios para iniciados, a Eleusis, cerca de Atenas, la cual fue adoptada como señora olímpica de la Agricultura. La venerable figura de la Diosa Triple como “Señora del Nacimiento, de la Vida y de la Muerte”, culto que los caucasianos del sur, adoradores de la Luna, habían traído antiguamente de Anatolia, fue demonizada por los solares descendientes de los caucasianos de norte, asignándole la siniestra figura de la Diosa de la Muerte, Hécate… pero los aqueos llegaron mucho más lejos en su reforma, y la pusieron a guardar los Infiernos en forma de un monstruoso perro de tres cabezas, el Cancerbero. Su aspecto de Reina del Mundo de los Muertos pasó a ser asumido por un dios olímpico hermano de Zeus y Poseidón, el sombrío Hades, lo que se legitimó explicando los sacerdotes que se había casado con la doncella Core, la Primavera, hija de Démeter, después de raptarla violentamente. Pasó a ser llamada ahora Perséfone como Reina de los Infiernos y Proserpina, cuando autorizada por Hades (por presión de Zeus), a salir a la superficie una vez al año, para hacer florecer los campos de su madre, a fin de que pudiesen desarrollarse alimentos en el mundo. Por debajo de la figura de Core, la maravillosa Primavera, continuaba transparentándose fuertemente, para los sometidos pelasgos, la augusta presencia de Nuestra Señora, la Antigua Diosa, en su aspecto femenino más bello, juvenil y benefactor. Los múltiples atributos de la Madre Universal de los Mil Nombres se escindieron en la creación de numerosos dioses patriarcales. Cuando las tribus de los griegos empezaron a vivir en ciudades y desearon una Diosa Doncella más viril y civilizada y menos agreste, cruel y amazona que Artemis, quien despreciaba a los hombres y odiaba el matrimonio, se inspiraron en Onga, diosa fenicia de la guerra y la sabiduría, y entronizaron a Atenea, la de los verdes ojos penetrantes, que tenía la ventaja de haber nacido directamente de la inteligencia de Zeus, sin intervención materna alguna. Sin embargo, no hubo manera de patriarcalizar a una diosa tan poderosa como la del Deseo, la ninfa Marianne o Mariuena, y los invasores no tuvieron más remedio que adoptar en su Olimpo, haciéndola hija de Urano, a la antigua diosa siria y cananea de “la armonía que es capaz de surgir del conflicto de opuestos”, Isthar, Ashtar o Astarté, la estrella matutina bajada a la Tierra para hacer evolucionar a los hombres por medio del amor, sólo que retirándole sus atributos guerreros y dándole el nombre griego de Afrodita, la “nacida de la espuma” en la isla cretense de Citera, a la cual trataron de sujetar casándola con el cojo Hefesto Vul-Caín, divino herrero de las fraguas volcánicas de la isla de Lemnos, donde le prestaban sus fuegos transformadores los Kabiros de Samotracia, los Grandes Dioses de Eras Anteriores que, desde los tiempos más antiguos, continuaban habitando los Mundos Intraterrenos.

Pero Hefesto Vul-Caín, el hábil Señor del Fuego Constructor que moldea las formas, fue incapaz de evitar que aquella beldad irresistible nacida de la espuma de las aguas le engañara con Ares, el fiero dios tracio de la pura impulsividad viril y del Fuego de la Guerra que destruye las formas, uno de los más primitivos modelos arquetípicos de la Raza Raíz Ariana, y con muchos otros amantes mortales o inmortales, con lo cual su comportamiento continuaba proclamando el derecho a la libre espontaneidad del instinto sexual, derecho que la impuesta monogamia negaba. El mito dice que la noche de bodas de Zeus, el dios de los invasores, con Hera, la diosa de los invadidos, duró trescientos años, lo cual debe significar el tiempo que la sociedad patriarcal demoró en imponer el matrimonio monogámico a la sociedad matriarcal, o sea unas diez generaciones. Para conseguirlo, hubieron de abandonar arcaicas costumbres de los caucasianos del norte que se excedían en su patriarcalismo, tan rígidas como la de no permitir que las viudas volviesen a contraer nuevo matrimonio, lo que hacía que muchas mujeres helenas se inmolasen voluntariamente en la misma hoguera en la que era incinerado su esposo. Esa lucha por el poder entre la vieja cultura matriarcal y el recién llegado patriarcalismo se extendió incluso más allá del centro del refinado mundo del Egeo, cuyas modas seguían influenciando a las actuales clases aristocráticas de uno y otro lado del mar y hacían que algunos desearan parecerse más a los arrojados griegos de la Quinta Subraza, bien solares, y otros a los refinados y ricos troyanos de la Cuarta, bien lunares, primos cercanos suyos y sus mayores competidores en Asia Menor, quienes controlaban los estrechos que comunicaban al Mediterráneo con el Mar Negro.


3- LA MADRE

     -Ese es un tipo de hombre muy peligroso, Eurídice -le dijo su madre y principal maestra, la Alta Sacerdotisa Ninfa, después de escuchar su confidencia-, habiendo tantos chicos lindos y potentes para elegir, disfrutar una o dos veces y después olvidar, mi niña, te has ido a enamorar de un mago.
     -¿Un mago?
     -Sí, un mago. Mago es aquel hombre capaz de manipular oportunamente los cuatro cuerpos elementales que nos componen, físico, energético, emoción y pensamientos, tal como domina un carro de cuatro caballos un buen cochero, de forma que obedezcan por completo y unificados a su voluntad rectora. Por lo que me cuentas, ese joven tiene un importante dominio sobre su propia sexualidad. Ese es un tipo de hombre muy difícil de controlar, querida.
     -...Pero yo no pretendo controlarlo, madre... -protestó ella.
     -No seas ingenua, Eurídice. En las relaciones sexuales, o controlas o eres controlada. Un hombre es un espíritu simple, instintivo, independiente y nómada, con tendencias a lo salvaje, puro fuego, mucho más próximo al animal que nosotras, sobrado de un tipo de ruda fuerza que sólo tiende a desbordarse, a cazar, a competir y a tratar de conquistar y dominar, impulsivo como un toro, rebelde, libérrimo, pasional y variable. Bien que los conocían las amazonas turanias del Mar Negro. Si no los controlas, te esclavizan, mira los griegos.
     -¿Y qué deberíamos hacer nosotras para evitarlo?
     -Enfrentarnos directamente y competir de poder a poder con seres tan primarios nos obligaría a convertirnos en ellos, a endurecernos como se endurecieron las amazonas y a dejar de ser nosotras mismas, niña mía; muy duro trabajo, muy alienante... realmente no compensa. Pero desde que el mundo es mundo, las mujeres siempre hemos podido torearlos agarrándolos bien fuerte por sus dos puntos flacos: lo muy previsibles que son sus reacciones y sentimientos, tan simples y fáciles de satisfacer como los de un niño, y su necesidad imperiosa de sexo, que para ellos significa apenas algo tan elemental como poder penetrarnos, moverse un poco y derramarse. Primero los dirigimos hacia donde nos interesa por medio de nuestras muy superiores habilidades de atracción, seducción y relación, sin que parezca que los estamos dirigiendo, claro, y luego los hacemos enredarse en su propio deseo, dándoles un poco de largas y estableciendo pactos y compromisos de leal apoyo mutuo, antes de cederles lo único que les interesa de nosotras. Cuando más enredados están les permitimos generosamente, y como un premio a su paciencia, a su dedicación preferente, a su buen servicio y a su delicadeza, que descarguen dentro de nuestro seno toda su energía... Y ahí agarramos al toro: hombre enredado, comprometido, halagado y desenergetizado, hombre dominado.
     -¿Por qué? –preguntó Eurídice.
     -Porque ese momento de vacío, el único en el que el hombre, satisfechos y disminuidos sus invasores impulsos instintivos, se detiene, se relaja y se abre pasivamente y agradecido, deseando mucho, además, que quedes contenta para poder repetir… ese es el momento ideal para influenciarle, para que te escuche, para ligarle más a ti y a tu empresa personal, para sembrar una sugerencia civilizada en él, para conquistar al conquistador, para conseguir que toda esa fuerza potencial dispersa, puro individualismo en bruto, se canalice y se comprometa al servicio de algo útil: al servicio de una mujer, que es lo mismo que decir al de una familia, de una tribu, de una comunidad. Al servicio de la Vida, que es lo mismo que decir de La Gran Madre.
     -Pero si él no se derrama...
     -Si él no se derrama, si en lugar de disolverse se coagula, si su fuego instintivo, en lugar de ser apagado al fecundar tu agua de ternura, como debe ser, asciende al centro de su voluntad convertido en controlado aire de inteligencia… entonces no sólo el varón conserva en sí toda esa fuerza individualista y anárquica, sino que la acrecienta a costa de la tuya, la que sale de ti cuando tú te vacías de tu tensión ardiente, cuando tu tierra se vuelve fértil néctar de vida... y vete a saber para qué usa él todo ese excedente de poder etérico acumulado y cómo influye en ti cuando tú te quedas vacía y abierta... Los ritos taurinos de la religión cretense mostraban como la astucia y la habilidad de la mujer puede dominar el impulso ciego y la fuerza bruta del varón… pero ese toro tuyo, Eurídice, no es nada toreable.
     -¿Por qué no?
     - Porque no se entrega del todo, porque conserva para sí su independencia, porque controla su instintividad... y, a poco que te descuides, acabará dominándote por donde más fuerte y más flaco lo tenemos las mujeres: por el sentimiento, que es nuestra espada de doble filo.
     -Orfeo jamás ha hecho nada conmigo que pueda interpretarse como una manipulación de sentimientos –protestó Eurídice con firmeza-... Y no utiliza toda esa energía acumulada para dominar a nadie, nació príncipe, no necesita más poder; hasta le sobra... Dice que eleva la energía al corazón y a la cabeza y que la usa para componer sus músicas maravillosas... Una vez dijo, exactamente, que con esa energía sublimada gestaba y paría a los hijos de su creatividad.
     -No importa que no intente dominarte, niña mía, nosotras nos enredamos solas en cuanto no podemos controlar. Yo ya te veo bien enredada ¡Pobrecita! te pilló un hombre así en tu primera experiencia... Además de todo ese autodominio suyo, es un príncipe, un artista y con certeza un iniciado, un hombre acostumbrado a hacer lo que le da la gana y que además tiene un intenso femenino interno muy creativo, que le permite un juego de sentimientos mucho más complejo, versátil y sutil que el de la mayoría de los hombres y que no le dejará sentirse completamente solo nunca... tiene todos los condicionantes precisos para hacerte sufrir, a menos que te resignes al papel de segundona... y tú eres una Dríade de clase, además de una chica brillante y encantadora; tu nombre significa “la que rige ampliamente”, no creo que pudieras aguantarlo... yo que tú permanecería atenta y sin seguir comprometiéndome, a ver si me mandaba la vida, en la próxima siembra, a alguien más fácil de llevar...
     -No madre –respondió Eurídice con determinación-, lo que la vida me ha mandado ya es Orfeo y yo le agradezco muchísimo que me lo mandara. Y me encanta que sea como es, especial, diferente. Mientras él me quiera como demuestra quererme, yo bendeciré al amor y a cualquier sufrimiento que pudiese venirme como contrapartida de la felicidad que ahora me da.
     -Eurídice... –finalmente, la Alta Sacerdotisa-Ninfa se decidió a abordar de frente su preocupación principal-... eres una Dríade de la Diosa. No te preparé para el matrimonio griego, ni para ser una mujer común, sino para que, después de criar dos o tres hijas para seguirle brindando nuevas sacerdotisas a Nuestra Señora y a nuestro linaje, te consagrases enteramente a vivir como un alma, para que siguieses manteniéndote célibe y soberana el resto de tu vida y concentrada, igual que todas nosotras, en superar las ilusiones del mundo material y vivir sirviendo a tu comunidad, siendo semilla y vanguardia de la Humanidad para ayudar a ascenderla a un escalón evolutivo mayor, escalón que nuestros descendientes puedan disfrutar formando parte de la aristocracia espiritual más pionera y conectada, y para que la disfruten nuestros espíritus también, cuando vuelvan a reencarnar en nuestro linaje, tal como la sabiduría de nuestras ascendientes nos enseñó a hacer…Yo no sé si te estás dando cuenta del inmenso privilegio que significó para ti haber nacido en una cuna y una comunidad completamente propicia para facilitarte la realización del más alto de los destinos.
     -Madre, perdón, perdóname, - musitó Eurídice llorosa- …Si que me doy cuenta, sí que lo aprecio, pero ya estoy viendo que no soy digna de esa consagración ni de ese alto destino… soy una ingrata y una mujer común… No puedo pensar en otra cosa que en compartir toda mi vida con Orfeo, disfrutando de él, fundida en él y en el placer y la dulzura de su amor, haciéndonos los dos uno…en verdad siento que estoy totalmente, locamente apasionada…
     -Haces bien en llamarlo locura, -respondió ella suavemente, pero con firmeza y sin tocarla- cualquier pasión es una exageración instintiva y emocional, un delirio propio de seres primitivos, un resto insano del insuficiente desarrollo consciencial de la Raza Raíz Anterior, que sólo desarrolló el Cuerpo Astral…que no fue capaz, siquiera, en su mayoría, de cultivar un mínimo de Mental Concreto, a pesar de que ya tenía que haber llegado a alcanzar el uso de razón en la quinta de sus siete subrazas… Eurídice querida, nosotras somos Arianas de una Cuarta Subraza ya bien avanzada, y Arianas Lunares de la más alta clase, recuérdalo. Si no conseguimos superar las pasiones, disciplinarnos, conseguir la impersonalidad y la neutralidad y desarrollar el Mental Superior, acabarán haciéndolo antes (y en lugar nuestro) nuestros primos, los patriarcalistas griegos de la Quinta Solar.
     -No insistas, madre, por favor, por favor –gimió ella con vehemente dolor-. Yo ya no me veo más pudiendo vivir sin Orfeo, no me veo ni quiero verme. Me muero de vergüenza, mas debo reconocer que no tengo evolución espiritual suficiente para ser una buena sacerdotisa, a pesar de ser hija de alguien como tú… Pero ¿Sabes? estuve pensando mucho en que igualmente podría servir a nuestra comunidad y a la Diosa casándome con un príncipe y estimulando a la corte a promoverla y a devolverle Su antiguo prestigio y privilegios.
     - …Eso no estaría nada mal, si saliese bien… -se resignó a responder, cambiando de tono, la Alta Sacerdotisa, al ver claramente que no había nada más que hacer por ahora con Euridice-… No sería la primera vez que eso sucediese en la historia de los pelasgos…y podría compensar un poco tu renuncia al sacerdocio… pero en tu caso es una cuestión muy problemática, mi hija, El padre de Orfeo, un rey con tendencias bien patriarcales, y su madre, que es una sacerdotisa olímpica, te verían enseguida como una clara rival política, como una peligrosa influencia de la tradición matriarcal para su hijo, el príncipe heredero de Tracia. Si persistieses, te irías a enfrentar con un gran reto.
     -Si un hombre así supusiera un reto mayor que lo común, yo confío en mí misma lo bastante como para asumirlo... Y no necesito redoblar precauciones ni desplegar estrategias, ni forzar ningún control para obtener ilusión de seguridad: lo que venga del amor para mí, bienvenido sea; y lo que no venga, es que no era para mí.
     -Ya veo que estás, no enredada, sino enredadísima con ese hombre –dijo la Gran Sacerdotisa Ninfa con pena, moviendo la cabeza–. En fin, allá tú... Pero por favor, niña, mantente prevenida y cuenta siempre conmigo cuando necesites reflexionar acerca de vuestro proceso y, sobre todo, acerca de tomar decisiones.
     -Óyeme bien, Eurídice querida- siguió con la mayor seriedad-: La pequeña vidita de tu personalidad no es importante, es una ilusión pasajera y prescindible; pero tu relación con Orfeo es una relación delicada entre el Colegio de la Diosa más antigua de este país, y el Colegio de los nuevos dioses que nos vinieron del extranjero. Y eso sí que es importante.- terminó, con un tono que dejó clara e incuestionable la aristocrática autoridad de su cargo.
     -Lo único que deseo es continuar amándolo como lo amo aquí y ahora, madre, con total confianza y sin preocupaciones, mientras sea posible. Seré cuidadosa con lo que te parece importante, puedes estar segura, pero mantenerme demasiado prevenida sería salirme de la evidencia que siento de que él y yo somos el mismo ser y lo seremos siempre.


4- EL AGUA:

Mientras la antiquísima sociedad matriarcal había vivido de una manera austera, sencilla y familiar y comunitaria, siempre compartiendo con todos los miembros del propio clan cuanto tenían o adquirían, aquel sistema se mostró bastante eficaz: el individuo no significaba nada, apenas una célula de un cuerpo mayor, tal como lo eran las abejas en relación a la colmena, y la tribu lo era todo. La Gran Diosa Triple, por sus tres aspectos de creadora, transformadora y destructora, doncella guerrera, matrona ninfa y anciana sabia, luna creciente, llena y menguante, gobernaba el mundo con inteligente imaginación emocional, distribuyendo su gran amor y protección sin reservas entre todos sus hijos. Las relaciones entre ambos sexos eran bastante igualitarias porque las mujeres sabían gobernar flexiblemente, contornando la más dura oposición como el agua contorna la roca, siempre buscando un camino de menor resistencia para deslizarse, siempre convenciendo o negociando, sin forzar imposiciones, mucho mejor entrenadas que los varones, durante milenios de estrecha y muy política vida comunitaria, por el juego de relación comunicativa, colaboradora y diplomática entre ellas. Por lo contrario, los hombres salían a cazar lejos del hogar, lo que era una actividad silenciosa y solitaria, o de grupos que tenían que organizarse jerárquicamente de una manera más rígida y hasta autoritaria, para poder trabajar con una estrategia unificada y precisa sobre situaciones de urgencia y hasta de riesgo de vida. Desde muy niña, Eurídice había sido instruida para Sacerdotisa Dríade por su propia madre, que era una Ninfa de alto rango, una gran señora procedente de un ininterrumpido linaje de Dríades que había gobernado Tracia muchas veces, antes del advenimiento del patriarcado. Ella, ante todo, fue su mejor modelo vivo para desarrollarse como futura digna hija de la Diosa, el destino que más llegó a querer tener desde siempre. Además, su madre le fue contando, primero por medio de fábulas para críos y después como una verdadera maestra-amiga, las historias del pasado, el sentido de la honra, del valor y de la prudencia, las costumbres de la tribu y las claves del natural predominio social de la mujer sobre el hombre. En la civilización, la tierra era de las mujeres, ya que fueron ellas las que, desde hacía milenios, se habían ido encontrando en su actividad recolectora las plantas nutritivas, medicinales y de poder. Ellas eran quienes habían ido aprendiendo, tras muchos experimentos traumáticos, a pulir su sensibilidad y a fortalecer sus emociones para utilizar las sustancias mágicas adecuadamente, con lo que conseguían entrar en la pequeña muerte del trance sin perder la consciencia, a fin de viajar por las dimensiones ocultas de la realidad y recibir inspiración, apoyo anímico e instrucciones prácticas para progresar, provenientes de la variada Jerarquía de Espíritus que poblaban las múltiples Moradas Dimensionales de la Gran Madre Misericordiosa. Las Mónadas o Espíritus individuales que inspiraban a las almas de las sacerdotisas más devotas, aquellas que conseguían una buena comunicación con el invisible Maestro Interno -el masculino interno que moraba en el alma de cada una- acababan contactando, a través de él, con los Espíritus Iniciadores, los Ancestros de la Raza y, en su nivel superior, los Hermanos Mayores de la Humanidad, todos ellos devotos hijos de la Madre Universal. Los Guías de la Rama Lunar, especialmente, eran muy superiores en poder, consciencia y sabiduría a los mejores de los hombres comunes que poblaban el mundo. A pesar de que no tenían cuerpos físicos, podía llegar a establecerse con ellos una relación amorosa tan libre y sutil como altamente gratificante. Los Espíritus Iniciadores habían enseñado a sus iniciadas como invocarles a voluntad con el poder del Verbo y a través de la música, las danzas sagradas y otras bebidas visionarias. Ésto acabó convirtiendo a las tribus matriarcales en centros de cultivo de una alta cultura mística y artística, lo cual “estaba como programa en vuestros arquetipos, desde que la Raza Ariana fue fundada a las orillas del remoto mar de Gobi”, decían misteriosamente los Guías. Aunque ninguna de ellas se pudiese imaginar donde quedaría aquel mar, las abuelas de los clanes suponían que debería ser en Asia, de donde habían venido sus ancestros. “..Seguramente, mucho más al oriente que el Cáucaso”, apuntaban, recordando antiguas sagas narradas junto al fuego. Para las jóvenes, el Cáucaso era sólo una referencia medio mítica, el extremo del mundo donde nacía el sol, así que el mar de Gobi debería estar envuelto por las tinieblas de la noche…o tal vez por las de los Infiernos, el útero planetario a donde La Gran Diosa Madre se llevaba a los muertos para gestarlos y amanecerlos de nuevo. “Cada Raza de Consciencia Evolutiva, o Raza Raíz, evoluciona, a su vez, a lo largo de siete Subrazas, que, a veces, coinciden en el tiempo” –habían contado los Espíritus Iniciadores, a través de visiones, durante los trances más profundos y reveladores- “…vosotras, descendientes de los caucasianos del sur, estais desarrollando la Cuarta Subraza, que tiene carácter femenino. Los descendientes de los caucasianos del norte, ya están desarrollando, a su vez, el carácter masculino de la Quinta Subraza Aria”. “De inicio, norte solar y sur lunar chocarán, como ya han chocado los griegos con los pelasgos, pero después encontrarán su complementaridad en sus descendientes comunes. La Sexta Subraza será una bella síntesis de esas dos polaridades de almas, y la Séptima, más allá de cualquier polaridad, reencontrará la Unidad identificándose, ya no con sus almas, sino con la Mónada, con el Espíritu Divino que anima, instruye y encamina a las almas”. Al parecer, después de desarrollar hasta su auge su Séptima Subraza culminaría el ciclo de la Raza Raiz Ariana y entraría en decadencia hasta su desaparición o mezcla con aquello que vendría después, ya que, para entonces, una nueva Raza de Consciencia Evolutiva ya estaría cultivando las primeras de sus siete Subrazas, y así es como se despliegan las potencialidades del Ser eternamente, tanto en éste como en nuevos planetas o planos dimensionales. Aquella comunicación interior con las entidades o identidades complementarias más profundas y elevadas de sí mismas en la Unidad del Ser, había hecho convertirse a las matriarcas más conectadas y sabias, además, en descubridoras, mantenedoras y administradoras de la agricultura, de la medicina, la higiene, la organización y el gobierno de la comunidad. Por eso era herencia femenina la tierra cultivable; decía la madre de Eurídice: "la tierra es de quien la trabaja". Las mujeres comunes de aldeas y pueblos la hacían producir, distribuyendo los trabajos individuales y pactando los colectivos, ya que sus actividades eran sedentarias y las de los hombres nómadas. La sucesión era matrilineal, los hijos eran propiedad y mano de obra al servicio de la madre, que se pasaba veinte años de su vida engravidada, pariendo, amamantándolos o cuidándolos y que era, naturalmente, la única transmisora del nombre y el linaje, ya que siempre se sabía quién era la Madre, palabra sagrada, pero uno podía ser hijo de cualquier padre, palabra profana y poco significante. Cuando los hijos varones llegaban a la adolescencia eran apartados de sus madres, se les hacía personas concediéndoles un nombre propio y comenzaban a ser iniciados por los veteranos a la vida de cazadores, pastores y guerreros. Desde temprana edad, los jóvenes vivían en la amplia casa-cuartel de los hombres, que guardaba el principal acceso al poblado, y se encargaban de la caza, pesca, pastoreo y defensa del ganado y del territorio, así como de estimular, con su fuego sensual, la facultad de crear vida y civilización que residía en lo femenino, el género superior del que los hombres procedían y al que tendían siempre a regresar. En cualquier choza a la que contribuía con su trabajo de defensa y caza, un hombre podía pedir abiertamente y sin reparos la hospitalidad femenina, que implicaba alimento, bebida, descanso y también sexo, si alguna mujer de la casa estaba dispuesta a responder al galanteo, ya que aún no existía la monogamia. Y si respondía que no estaba dispuesta, se respetaba con la mayor consideración y sin insistir su derecho y privilegio de decidir y escoger libremente sus preferencias. El hombre que, a su vez, prefería la seguridad de disponer de una casa estable que le proveyera de sexo frecuente y de alimentos vegetales bien cocinados que dieran sabor a sus viandas de carne, tenía que mudarse a la tierra y a la choza dirigida por una mujer común que lo aceptase y luego, contribuir con su trabajo y su defensa a la alimentación y cuidado de los padres de su señora y de sus hijos (aunque le fuese imposible reconocer si eran también los suyos). Si había un exceso de mujeres en la casa se practicaba la poligamia, generalmente sólo entre las hermanas, para no tener que mantener más que a una pareja de suegros. La autoridad de la suegra era tan grande y temible que el yerno ni la podía mirar directamente a los ojos. También existió la poliandria las pocas veces que sobraban los varones, quienes no duraban mucho vivos, por causa de la vida riesgosa y dura que llevaban. De cualquier modo, las mujeres, cuidando siempre de mantenerse soberanas e independientes, podían tener todos los amantes que quisieran o pudiesen. “Y esa es la fuerza que tiene la mujer sobre el hombre”, concluía la madre de Eurídice, poniendo sobre su vientre una mano, en la cual había formado un círculo con el pulgar y el índice. La libre promiscuidad era corriente entre los jóvenes de ambos sexos sin hijos y entre todos los miembros de la tribu, en general, durante las orgías rituales que se celebraban en las noches de luna llena, estimuladora de los instintos animales. Para evitar la consanguinidad, la comunidad se dividía en varios clanes, que se distinguían con nombres de animales. Había un tabú de incesto que impedía escoger pareja dentro del propio clan. Una mujer-centauro no podía tener relaciones con un hombre de su mismo Clan del Caballo, que se consideraba como su hermano. Tenía que buscarlas entre los hombres-cabra, los hombres-árbol o los hombres-pez, por ejemplo. Las sacerdotisas sabían que vivían en el seno generoso de la Gran Madre Nutricia, y que Ella cuidaba siempre de que en la tierra hubiese abundancia sobrada para todos. Existía un cierto comunismo distribuidor de bienes y servicios entre toda la comunidad. Como los numerosos miembros de cada clan eran familia, todos trataban de complacer y apoyar a todos, porque todos trabajaban y repartían entre todos. Por causa de eso, no se veían grandes diferencias entre los bienes con los que contaba cada vecino. Entre los antiguos caucasianos, cuando un miembro de la comunidad ya no podía valerse mínimamente por sí solo, se retiraba a dejarse morir en la montaña o sus mismos hijos lo envolvían y lo arrojaban a un precipicio. Ya con muchos más siglos de civilización matriarcal, las costumbres habían mejorado y el anciano o impedido podía, simplemente, pedir a las sacerdotisas que le aliviaran de la vida con una pócima indolora para no ser una carga, lo cual era muy aplaudido, ya que regresaba al Seno de la Gran Madre para recibir de ella nuevo nacimiento en un cuerpo joven, en lugar de tener que seguir soportando el ya inservible. Cuando la tribu crecía demasiado, se escindía, igual que las abejas, y un grupo compuesto por gentes de dos clanes diferentes, dirigido por una joven Madre, iba a poblar un nuevo territorio. Eso ya había sucedido muchísimas veces, y la semilla de la Raza Ariana se había ido desplazando por la ancha Asia, a cada nueva Subraza, desde el Extremo Oriente hasta el extremo Occidente, donde Europa comenzaba.

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Los mitos más arcaicos que contaban las tatarabuelas de los clanes decían que la Primera Subraza Aria establecida en el nebuloso Mar de Gobi acabó conquistado la India desde allí. La Segunda Subraza regresó a Arabia y luego conquistó el país fértil que había entre el Tigris y el Éufrates; la Tercera creó el Imperio Iranio en Persia, la Cuarta y Quinta conquistaron el Sur y del Norte del Cáucaso. La llamada Quinta Subraza Solar, los antepasados de los griegos, se estableció al norte de la nevada cordillera, en las frías estepas que se extendían entre el Mar Negro y el Caspio, vecinos de los nómadas escitas, tan ganaderos y patriarcalistas como ellos. …Mientras que la Cuarta Subraza Lunar, los antepasados de los pelasgos, lo hicieron al sur de ella, en las húmedas tierras de Colchis, también llamada la Cólquide, bien propicia para la agricultura, separada por pantanos del Mar Negro y, más hacia el interior, la Iberia Asiática que mucho después se llamó Georgia, por causa del tótem que les distinguía, el lobo, “gorg”, el que aúlla a la luna.
 …Los matriarcales sureños, adoradores del lobo y de la Gran Madre Lunar se habían extendido después hacia el sur, por Armenia y el Kurdistán y hacia el oeste, a través de la quebrada Anatolia. Habiendo llegado un día sus exploradores a avistar el Tálaso o Mediterráneo desde las últimas cumbres occidentales del Asia Menor, sintieron total fascinio por la belleza de aquel Gran Verde en sus sensibles almas de estetas y poco después bajaron a poblar pacíficamente los bellos litorales e islas de la margen nororiental del gran mar interior. Estaban tan felices como si hubiesen llegado al nuevo paraíso marítimo, prometido por sus ancestros de las primeras Subrazas Arianas del llamado Mar de Gobi, que nadie recordaba más, de quienes los Guías Iniciadores decían que vivían frente a una isla que se consideraba sagrada, desde que habían bajado a la Tierra en ella los civilizadores Señores de Venus… Claro que aquellos lugares y orígenes celestes parecían ahora tan remotos e increíbles, que las jóvenes generaciones los consideraban puros mitos inventados por sus abuelos para dar importancia a su sencillo linaje de pastores nómadas… Quien sabe cómo habría sido contada la primera historia y en lo que se habría convertido después de milenios pasando de boca en boca. Los nuevos mitos que se encontraron los caucasianos lunares al comenzar su contacto con los pueblos ribereños del Tálaso también narraban que, durante la Era que había precedido a de las emigraciones arias, se habían desarrollado en todos los litorales del Mediterráneo o Gran Verde (que entonces eran muchísimo más extensos porque se extendían alrededor del Mar del Sahara), unas gentes sociables y sabias que pertenecían a la Sexta Subraza de la Raza Raiz anterior, lo que daba para entender que se trataba de espíritus relativamente muy evolucionados. Esta Sexta Subraza anterior estaba dividida en muchas tribus y naciones diferentes, audaces navegantes y colonizadores, que se habían salvado, al parecer, de una Gran Inundación del pasado. En su conjunto, eran conocidos como Acadianos. Los Acadianos tenían fama de ser gente de palabra, comerciaban con Egipto, Creta, Frigia y Canaán, eran capaces de navegar hasta la Liguria y el Gran Océano Occidental, y hasta presumían de haber conquistado, en un remoto pasado, una gran isla que existió en su centro, habitada por una espléndida civilización imperial de semidioses. Por su parte, los sureños lunares de la Cuarta Subraza Aria recién llegados junto a ellos eran tan bellos y artistas, sus mujeres tan sabiamente seductoras, sus músicas y danzas tan atrayentes, que en toda parte donde se presentaron fueron, en general, muy bien recibidos por los nativos acadianos, quienes llegaron a ser sus maestros en las artes de la pesca y de la navegación, después de que se fundieron fácilmente en amor y armonía con las hijas e hijos de aquellos experimentados marinos. Tras su mezcla, tanto los acadianos como los caucasianos de litoral acabaron siendo conocidos en conjunto como “los Pelasgos”, o habitantes del Piélago, otro nombre para el mar; aunque dicen ciertos doctos que pelasgos significa, simplemente, “los Antiguos”. De esta forma, pues, había ido transcurriendo la Era de Aries, la del impulso inicial de la Raza Aria o Ariana por crecer, sentar un modelo evolutivo nuevo y expandirse por el mundo. Entre las distintas sociedades independientes, ya reinos o repúblicas, que conformaban la Pelasgia en todas las orillas de la porción del ancho brazo del Mediterráneo Oriental que después se llamaría Mar Egeo, el estado y cultura de mayor hegemonía era sin discusión, desde unos siete mil años antes, la desarrollada talasocracia matriarcal de la isla de Creta.

Después de que los arios lunares se mezclaron con los acadianos y sus descendientes se hicieron pelasgos, sus divinidades principales eran La Gran Diosa caucasiana de siempre, ahora Diosa del Mar, llamada Pontia o Agua, y su hijo Dionisio-Zagreo, al que se representaba bajo la forma de un toro vivo o de un Becerro de Oro, ultrapasado tótem de la era astrológica anterior. El hijo varón de la Diosa, el toro sagrado, encarnado en el rey-sacerdote Minos, que se unía a la reina-ninfa, al igual que los hijos varones recién nacidos de las ninfas y sacerdotisas de su culto, continuaban siendo sacrificados y despedazados cada año, como se sacrifican en las colmenas los zánganos tras el apareamiento, lo que aseguraba el predominio femenino como sexo superior, imprescindible para la vida: parte de la carne era devorada por las oficiantes del rito, reproduciendo antiquísimas costumbres tribales antropófagas y otra parte se colocaba en los surcos del arado, para asegurar una buena cosecha a toda la comunidad. Tras una larga evolución, a la élite de la opulenta sociedad cretense, ya arianizada, le fue pareciendo ruda y antiestética la antropofagia y también encontraba cada vez más doloroso el tener que mandar al sacrificio a sus propios hijos; de manera que empezaron a exigir a aquellos pueblos pelasgos que estaban bajo su dominio, un tributo anual de jóvenes para la Diosa: así es como surgió la leyenda de las víctimas que devoraba el Minotauro en el Laberinto.
 Minotauro que representaba el poder de la Cuarta Subraza matriarcal, finalmente vencido por el héroe griego Teseo, representante de la Quinta patriarcal.

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